O que ocorre após a luxação acromioclavicular?
Diferente das luxações do ombro, cotovelo, joelho, quadril e tornozelo na luxação acromioclavicular não é possível reduzir a luxação através de manobras médicas, sem cirurgia. Após o atendimento médico o paciente observará que há um abaulamento maior no ombro que sofreu o trauma, mais especificamente na parte superior do ombro que corresponde a articulação acromioclavicular. Isso é o reflexo dos ligamentos rompidos que funcionavam como um cabo de força que mantida a simetria na parte superior dos ombros.
Na luxaçao acromioclavicular do tipo I e II é provável que os ligamentos rompidos ou estirados cicatrizem e o paciente não sinta mais dor, não tenha perda de força ou assimetria entre os ombros. Enquanto nos outros tipos para restabelecer a articulação acromioclavicular se faz necessário cirurgia.
Quais são as complicações e consequências da luxação do acromiclavicuar?
As complicações possíveis para os casos mais simples de luxação são a persistência de dor após o período de tratamento conservador, perda de força do ombro afetado, osteólise da clavícula e artrose da articulação acromioclavicular. Relembrando que essas complicações podem ocorrer, mas a tendência maior é que não ocorra.
Nos pacientes que são submetidos as cirurgias o índice de bons resultados são elevados, no entanto deve enfatizar que assim como qualquer cirurgia corre-se os riscos inerentes ao procedimento cirúrgico assim como re-luxação por falha do material de síntese, ou osteólise do local de implante do material.
Qual é o tratamento da luxação acromioclavicular ?
Para os casos tipos I e II o tratamento ideal é o uso da tipóia por 2 a 6 semanas, com inicio da amplitude de movimento do ombro a partir da segunda semana e uso de analgésicos e antinflamatórios.
O caso que merece bastante atenção e avaliação com seu médico especialista em cirurgia do ombro é o tipo III, pois dependendo do perfil do paciente pode ser bem indicado tratamento conservador com uso de tipóia, assim como o tratamento cirúrgico (idade, atividade professional, atividade física, lado dominante e estética).
Os demais tipos de luxação acromioclavicular (IV, V e VI) está indicado tratamento cirúrgico, com variação apenas do tipo de técnica cirúrgica a ser empregada. Há na literatura aproximadamente 40 tipos de técnicas cirúrgicas, que variam desde uso de redução acrômio-clavicular e fixação no processo coracóide com amarilha ou parafuso, fixação acrômio-clavicular com fios de Kirschner, tranferências tendinosas e transferências ligamentares, ressecção da extremidade distal da clavícula com a transferência do ligamento córaco-acromial.
Como é a reabilitação do ombro para a luxação acromioclavicular ?
A reabilitação, realizada tradicionalmente através de fisioterapia, tem diversos objetivos. Nas sessões iniciais começam com crioterapia visando diminuir o processo inflamatório, associado o ganho de amplitude de movimentos do ombro e semanas posteriores fica indicado o fortalecimento muscular, com especial atenção aos músculos que formam a cintura escapular.
A reabilitação pode ser necessária durante um ou dois meses. Depois dessa fase, o paciente precisa continuar o fortalecimento muscular – com um treinamento domiciliar ou em academia, mas sempre com muita atenção para evitar movimentos que podem causar a luxação ou subluxação.