Quais as causas da luxação do ombro?

A luxação do ombro ocorre quando uma força (trauma) vence as barreiras normais da anatomia do ombro, sendo tais, o labrum, ligamentos, cápsula e o tendão do manguito e desloca a cabeça do úmero para fora da glenóide.

Situação particular costuma ocorrer com os pacientes acima dos 40 anos, que além da lesão do labrum, os tendões do manguito rotador também podem ser lesados.

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Em qual idade é mais comum ocorrer luxação do ombro?

A incidência de luxações é alta em pacientes jovens, principalmente abaixo de 20 anos de idade. Após o primeiro episódio da luxação a chance de ocorrer nova luxação é próximo de 95%.

Caso a primeira luxação ocorra após os 40 anos o risco de recidiva é mais baixa (20%), o grande problema nessa faixa etária é o risco de lesão do manguito rotador durante a luxação.

O que seu médico precisa saber durante a consulta?

Durante a consulta com seu médico especialista em cirurgia do ombro, precisa ser respondido perguntas chaves sobre o seu grau de instabilidade do seu ombro:

  • A primeira vez que o ombro luxou foi após uma acidente ou queda?

  • Foi um trauma de alta energia ?

  • Você lembra da posição do braço no momento do trauma?

  • Quantas vezes já luxou?

  • Qual idade do paciente na primeira vez que luxou?

  • Atividade trabalhista?

  • Pratica atividade esportiva? Nível da atividade esportiva?

  • Como foi reduzido? Precisou ir ao hospital?

  • Já ocorreu luxação durante o sono, ao espirrar, ao nadar?

Quais são as complicações da luxação do ombro?

As complicações mais comuns são:

  • Luxação recidivante;

  • Lesões ósseas: A cada novo episódio a cabeça do úmero sofre nova impactação, conhecida como lesão de Hill-Sachs e/ou lesão óssea da glenóide, conhecida com lesão de Bankart. Tudo isso ajuda a agravar a instabilidade do ombro;

  • Lesão do manguito rotador: 

  • Lesões neurológicas;

  • Artrose.

Como é realizado o tratamento da luxação do ombro?

Imediatamente após a luxação o paciente deve procurar um pronto socorro para ser atendido pelo ortopedista que irá realizar radiografia antes de tentar reduzir e outra após a redução, para confirmar que o ombro reduziu (`voltou ao lugar`) e que associado a luxação não ocorreu uma fratura mais grave.

Em certos casos o paciente pode sentir fortes dores durante a tentativa de redução cabendo ao médico alivia-lo com o uso de analgésicos, infiltrações no ombro ou mesmo anestesia no centro cirúrgico podem ser realizadas para diminuir a dor.

Independente de ser a primeira ou recidiva de luxação o paciente tem que usar a tipóia. A variação do tempo de uso da tipóia depende gravidade da luxação, número de vezes que já ocorreu luxação do ombro, idade do paciente e nível de atividade física.

Quais exames de imagens devem ser solicitados?

Conforme orientado acima o exame mais importante no início é a radiografia, e após redução do ombro é importante complementar com uma ressonância magnética do ombro para avaliação mais detalhada das lesões dos lábios, dos ligamentos, da capsula e principalmente avaliar as lesões ósseas da glenóide (Lesão de Bankart) e as lesões ósseas da cabeça do úmero (Lesão de Hill-Sachs).

E nos casos mais avançados com sinais de destruição óssea a tomografia computadorizada ajudará a melhor estudo do caso.

Quando é indicado o tratamento cirúrgico?

De um modo geral o tratamento inicial da luxação do ombro fica reservado ao uso da tipóia, de analgésicos e antiinflamatórios, seguido pela adequada reabilitação com fisioterapia. Atualmente, os novos trabalhos científicos tem mostrado excelentes resultados no tratamento cirúrgico após a primoluxação do ombro, mas teve-se avaliar cada caso, pois suas indicações são bem estabelecidas.

A cirurgia se torna mandatória para todos os casos de luxação recidivante com falha do tratamento conservador.

Há um grupo especial de paciente que consegue ter luxação do ombro mesmo na ausência de lesão do lábio ou ligamentos ( possuem grande frouxidão ligamentar), ficando o tratamento não operatório o mais indicado e a reabilitação deve ter um período mais longo do que normalmente é indicado.

 Em relação a cirurgia de instabilidade do ombro há dois métodos bem consagrado, um mais recente que é realizado por vídeo – artroscopia onde são feitos pequenos orifícios na pele, por isso é considerado menos invasivo. E o outro método é realizado uma incisão cirúrgica maior e mais invasiva. Esse último método é chamado de cirurgia de Bristow-Latarjet, ocorre uma transferência óssea de uma parte do osso coracóide para borda da glenóide. Sua principal indicação é para o paciente com lesão óssea da glenóide (acima de 25%).